Transmudar

Por que crescer? 

O amadurecimento nos tira a ingenuidade que poderia nos fazer feliz. Os deletérios de uma vida infantil agrada o nosso coração. Deleitar-se nas brincadeiras sem malícia tranquiliza a nossa alma. Querer o transtorno do maduro, do desconhecido, do suposto crescer, isso sim, é insanidade, alienação.

Ser criança? Será que a pessoa que nos rotula assim pensa que nossa infância foi tirada pelo crescimento obrigatório? Quem pensa assim pode não enxergar um coração magoado, uma alma velha que não quer mais se martirizar, um ser humano machucado pela vida, ferido pela própria escolha. 

Para que julgar?

O ser, o estar e o haver são verbos, que soltos, tornam-se insignificantes. "Ser" feliz não é um estado de espírito, e sim uma forma de se expressar. "Estar" com alguém pode apenas significar uma forma de fugir de algo. "Haver" um alguém que te ame, não quer dizer que você vá amá-la. 

A Vida é simples, o ser humano que é complicado, e o mundo nos ensina. 

Querer ser feliz, nem sempre é poder ser feliz. Às vezes, para se ter o que quer, tem-se que abrir mão do que se tem, na maioria das vezes, abrir mão de algo que é mais importante e que pode causar arrependimentos.

A criança é simples, prática, não precisa de responsabilizar pelos seus atos e as consequências deles. Se ser "criança" é tão bom, afinal, por que crescer?